Uso consciente e reaproveitamento da água na aldeia Tukum - CC - Universidade e Contexto Planetário.

Minhas Impressões:

Acredito que mais do que um trabalho que tinha como característica a obtenção de uma nota ou como um critério de avaliação, fica para mim uma enorme experiência e principalmente uma construção e conscientização do que é “ser indígena”, uma vez que infelizmente existe um preconceito com relação a esses povos e que - infelizmente mais ainda - quem nunca foi a uma aldeia vai poder ter a oportunidade de desfazer-se dele.

As visitas à aldeia Tukum me cativaram de tal forma que considero esse como sendo um dos melhores trabalhos que participei na UFSB nesta ainda curta caminhada. Tanto a primeira visita, que foi onde nós só escutamos e fomos anotando cada palavra e até informações soltas que saem do falar de cada pessoa entrevistada, como na segunda visita que foi onde por meio de sugestões (refiro-me a minha estação) buscamos estabelecer uma consciência acerca do tema água e sua atual situação para que assim pudéssemos dar uma devolutiva a comunidade e mais que isso, para que houvesse uma conversação entre as partes e isso foi o que encaro como o mais legal.

De todo o processo, que foi gratificante de maneira geral, quero destacar a segunda visita como sendo o ponto que mais me surpreendeu tanto negativamente como positivamente. Negativamente, pois esperava uma maior participação da comunidade uma vez que fizeram-se presentes poucos aldeados e que de início foram relutantes quanto ao abrir-se para diálogo, enfim não foi algo muito gritante, mas que me frustrou um pouco. E positivamente pelo fato de que mesmo receoso o cacique permitiu a nossa ida até a comunidade para que pudéssemos dar essa devolutiva do nosso trabalho, das nossas impressões; outro ponto que encarei como positivo foi a presença de uma anciã no nosso meio, o que me deixou bem encantado pelo tanto de conhecimento que ela detinha e pela margem positiva que ela deu para nossa conversa, tornando-a realmente em uma troca de saberes, o que era nosso objetivo ali e posso dizer que foi alcançado; outro fator que encaro como positivo foi a presença do cacique conosco, ainda que no final da estação, ele chegou e marcou presença como liderança e na luta por um melhor reconhecimento do seu povo e melhor, digamos assim, valorização da suas histórias, fez algumas sugestões que considero pertinentes, com um grande potencial e principalmente que despertaram em mim uma descomunal empolgação e sensação de que posso mais.

Podemos como universidade ir além e dar um retorno, não importa como, só o retorno já é algo que tem na sua essência positividade e que se for bem pensado é de um caráter construtivo desmesurado para ambas as partes.