Sociedade do Espetáculo: Parecer mais importante do que o ser
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Guy Debord coloca o mundo como sendo dependente da imagem como produção total da realidade. Onde as nossas relações são pautadas em redes sociais mediadas por imagens. O modelo do espetáculo. É como se os seres humanos sentissem a necessidade de espetacularizar todas as etapas de suas vidas. Podemos calssificar esse modelo como sociedade pois a medida que nós somos plateia e consumimos, também produzimos conteúdo, o que vai estabelecer requisito para ser denominado de tal forma. Muitas das vezes nos vemos obrigado a seguir esse modelo de espetacularização.
Nesse cenário podemos destacar atores principais como por exemplo o Facebook ,Instagram, Tiktok. Onde o parecer se mostra mais importante do que o ter e do que o ser, a partir disso temos essa transição de valores. Destaca-se também o papel dos influenciadores, que mostram somente o que convém e passam esse padrão para aqueles que consomem seus conteúdo. Associado a isso temos o malefício advindo de tal aplicação de espetacularização, o controle. Onde por meio dessas imagens se pode intencionalmente controlar a forma de pensar e agir de toda uma sociedade o que vai abrir caminho para o conceito de sociedade da interação.
Guy Debord, escreveu esse livro em um momento de crescimento da televisão, essa que por sua vez começava a influenciar nas vestimentas, hábitos e interesses das sociedade, aumentando o desejo em se parecer com a "moda do espetáculo". Um exemplo que podemos citar é o episódio Nosedive da série Black Mirror, nesse episódio a vida e relações sociais são pautadas na interatividade que as pessoas tinham online, a sua avaliação era o fator que influenciava na hora de alugar um carro, uma casa e se teriam amigos ou não. As pessoas se avaliavam constantemente e prezavam bastante por boas avaliações.
Quanto mais popular maiores seriam os benefícios. Isso me faz lembrar da Uber e do Ifood, onde os mais bem avaliados ficam em evidência e os detentores de médias inferiores sofrem boicotes pelo algoritmo. Ainda nesse episódio, as pessoas tinham lentes em seus olhos, o que as forçavam a ver tudo pelo ângulo dessa rede social, ao olhar para uma pessoa se era possível obter todo o histórico da mesma de maneira instantânea. E assim como fazemos atualmente, nesse episódio da série as pessoas também se utilizavam dos famoso "stories" e posts para demonstrar "felicidade", a felicidade de aparência.
Podemos perceber que apesar de ter escrito o seu livro em 1967 e produzido seu filme logo depois em 1973, as ideias e conceitos do filosofo francês retratam situações bastante contemporâneas, é como se ele estivesse escrevendo agora no século XXI.
Excelente reflexão, Alisson!
ResponderExcluirOlá Alisson,
ResponderExcluirSuas colocações são enriquecedoras com exemplos que complementaram o meu entendimento sobre " Sociedade como Espetáculo"